Estou a começar a estudar português, espero que seja pelo menos compreensível. Tenham piedade, por favor :')
Apanhado em flagrante
Juri estava nervoso. Muito mais do que deveria ter sido à perspetiva de passar uma noite com seu namorado. O certo, já que essa noite a iriam passar na casa de Koki.
Taiga trouxera o DVD dum filme de terror, dizendo que há algum tempo tinha vontade de o ver mas não o queria fazer sozinho, e Juri aceitara com prazer o plano para passar a noite.
No início pensara que pudesse ser uma boa ideia a de esconder sua ansiedade como se fosse devida ao filme, até começar a ficar mesmo irrequieto, aproximando-se mais e mais de Taiga até instintivamente deixar deslizar o braço à volta do dele, apertando-o.
Pelo canto do olho viera Taiga sorrir, antes de se virar para ele com ar de escárnio.
“Tens mesmo medo ou é uma desculpa para te aproximar?” disse-lhe, afastando o braço do aperto dele e pondo-o em troca à volta dos ombros do mais novo, puxando-o mais para si e deixando que apoiasse a cabeça em seu peito.
Juri fez uma careta, indeciso sobre que resposta fosse a que iria deixar mais ilesa sua dignidade, mas por fim encolheu os ombros.
“Ambos. Não é um filme relaxante, sabes?”
Taiga caiu abertamente na gargalhada esta vez, e acariciou-lhe o braço.
“Não sabia que estes filmes te assustavam. Se o tivesse sabido antes” sorriu “ia escolher um pior.” provocou-o, mantendo-o quieto enquanto Juri tentava escapar em protestação. “Vá lá, estava a brincar! Mas não me podes culpar porque gosto de ter meu namorado que fica tão perto de mim, certo?” perguntou, e Juri parou de se rebelar, riu por sua vez e levantou a cabeça para ele, esperando que Taiga se baixasse.
Foi um beijo lento, e Juri abriu cedo os lábios à procura da língua do mais velho e do sabor dele, cedendo mais e mais a seu instinto e esquecendo a razão principal de seu nervosismo.
Quando efetivamente se lembrou dessa afastou-se dele e voltou sentado, em frente ao olhar confuso do mais velho.
Se esperara que seu comportamento passasse desapercebido, Taiga não lhe deu trégua.
Tomou o controle remoto pela mesinha em frente ao sofá, pausou o filme e olhou para ele, uma sobrancelha erguida.
“O quê se passa contigo?” perguntou, confuso, enquanto o mais novo encolhia os ombros e mordia um lábio, procurando depressa uma resposta à pergunta dele, suspirando quando não a encontrou.
“Estou um bocado nervoso. Tenta compreender, não é que não quero...” corou e cruzou os braços, incómodo. “Não quero que regresse o Koki, é isso.” disse por fim, resfolegando.
Taiga sorriu-lhe, perdendo toda preocupação pelo comportamento de seu namorado, e ficou ajoelhado no sofá em frente a ele.
“Vamos... sabia que estava cá. Viu-me. Até me perguntou o que filme íamos ver.” fez-lhe reparar.
“Eu sei.” respondeu Juri, escondendo o rosto nos joelhos.
“Aliás saiu com o Junno, e só passaram duas horas, não acho que vão voltar muito cedo, certo?”
“Sei até isso.”
Taiga suspirou teatralmente e revirou os olhos.
Logo fez deslizar devagar uma mão no joelho do mais novo, obrigando-o a abrir as pernas e subindo até o entrepernas.
“Então se eu fizesse assim seria um problema?” perguntou, e viu Juri afastar-se imediatamente de seu toco e fulminá-lo com o olhar.
“Não tem piada, Taiga.” repreendeu-o, batendo na mão dele.
O mais velho caiu na gargalhada, mas não se moveu nem renunciou.
“Vamos, Ju...” disse, tentador. “O quê pode acontecer?” voltou a acariciar-lhe a perna e avançou para ele, ficando entre as pernas e levando o rosto a uns centímetros do dele.
“O Koki regressa, vê-te, mata-nos. Fim da historia.” explicou, prático, mas mantinha os olhos nos do mais velho, sem encontrar a força de o rejeitar quando Taiga o beijou; levou em troca os braços nas costas dele e apertou-o, recomeçando o beijo onde se interromperam, e a ideia de seu irmão não foi suficiente para se privar disso.
Taiga sorriu vitorioso contra os lábios dele e deixou que a mão livre se movesse sob a t-shirt dele, subindo para lhe acariciar a pele nua, ouvindo-o gemer baixinho contra sua boca cada vez que a mão de Taiga se tornava mais determinada.
“Taiga, mesmo...” tentou continuar a protestar ao separar-se, mas Kyomoto não pareceu ter a intenção de o ouvir.
Deixou-se deslizar no sofá, levantou-lhe a t-shirt e começou a beijar-lhe o peito, tirando-lhe a peça de roupa e agarrando-lhe os quadris para o puxar para si.
Juri estremeceu enquanto a boca do mais velho se aventurava mais e mais para baixo para ir ao encontro das mãos que estavam a livrá-lo até das calças.
Quando Taiga passou a primeira vez a língua em seu sexo Juri mordeu um lábio e não conseguiu impedir que seus quadris tivessem um espasmo e mexessem-se para a boca dele.
Taiga tomou isso como o que era, ou seja uma sinal de que ambos queriam a mesma coisa nesse momento, e depois de ter levantado os olhos para lhe lançar um sorriso travesso voltou a trabalhar, deixando que sua língua se mexesse ao longo dele, antes de subir e enrolar a ponta com os lábios, chupando devagar.
Juri encontrou a coragem para abrir os olhos, nessa altura, e vê-lo nessa maneira, com a boca nele, concentrado para lhe fazer perder o controle mais do que fizera já, excitou-o ao ponto de esquecer o perigo constante de Koki, que podia regressar a qualquer momento.
Sabia-o, sabia que ir a Tokyo na casa de seu irmão não iria ser uma boa ideia, que ainda pior era a de convidar Taiga a fazer-lhe companhia essa noite, mas agora já não conseguia pensar em quanto tudo isso fosse errado, só em seu namorado que estava a levá-lo depressa até o limite de suportação.
Viu-o entretanto levar uma mão nas calças e em seu sexo, mexendo-a ao mesmo ritmo da boca no mais novo, e foi então que Juri se deixou completamente ir, mexendo os quadris ao encontro da língua de Taiga quando ele lho deixou fazer, levando uma mão à boca e mordendo forte enquanto atingia o orgasmo na boca dele, para depois se deixar ir contra o sofá, exausto, a respiração pesada e os olhos ainda fechados.
Taiga levantou-se ligeiramente, limpou a garganta para o obrigar a olhar para ele, e quando Juri o fez compreendeu imediatamente o que queria.
“Achava que o fizeste sozinho.” observou, erguendo uma sobrancelha numa clara provocação.
“E arruinar o sofá de teu irmão que logo nós teria matado ambos? Nunca me teria atrevido.” brincou, para depois ficar no outro lado do sofá e fazer-lhe sinal para se juntar a ele. “Seja bom, Juri. Não é educado não devolver o favor, certo?”
Juri fingiu não o querer satisfazer por uns instantes, antes de ceder.
Continuava com uma ligeira ansiedade, e queria acabar com isso o mais cedo possível, voltar a ver o filme e fazer-se encontrar de Koki tranquilamente sentados no sofá, os olhos para a televisão.
A três metros de distância um do outro, si possível.
Contudo, levou algum tempo em provocá-lo, acariciando-o devagar antes de aproximar a boca dos dedos, replicando os mesmos movimentos dele antes de o levar completamente entre seus lábios, até onde conseguia, enrolando os dedos à base e mexendo depressa a língua, para depois lhe deixar espaço para se mexer à vontade.
Conhecia-o já bastante bem e conhecia as reações dele para saber que estava prestes a atingir o orgasmo, então relaxou os músculos da garganta e ficou quieto para o deixar mexer-se.
Não sabia quanto tempo passara, nem sabia explicar como aconteceu tudo, mas ouviu um grito de nojo por trás dele que o fez levantar de repente, enquanto Taiga gemia pelo desapontamento e logo se apressava a vestir-se, olhando para trás das costas de seu namorado.
Juri ficou imóvel, fechou os olhos e fez uma careta.
Não tinha intenção de se virar. Sabia o que iria acontecer quando tivesse encontrado a coragem de o fazer, sabia o que o esperava, e sabia que não se sentia mentalmente prestes a enfrentar isso.
Ao abrir os olhos viu Taiga imóvel no sofá, um ar culpável no rosto, e só então teve a coragem de olhar para seu irmão.
Koki estava na porta, os olhos esbugalhados e um ar furioso.
Junno, por sua parte, ria-se como se encontrasse a coisa muito engraçada.
“Onii-chan.” precedeu-o antes de o mais velho poder começar a gritar. “Lamento, não sei o que me deu, eu...”
Sua voz, que se tornava mais e mais fraca, apagou-se completamente enquanto continuava a olhar para seu irmão.
Koki não parecia ter intenção de gritar. Nem de os magoar, nem de reagir.
“Kyomoto-kun.” foram as primeiras palavras dele, assobiadas. “Podes ter a gentileza de te levantar de meu sofá?” pediu-lhe, os braços cruzados, enquanto Taiga saltava de pé com os olhos para o chão. “Bem. Agora acho que vou tomar duche. À minha volta, não vais ser mais neste quarto, está bem?”
“Porém onii-chan...” tentou protestar Juri, mas seu namorado interrompeu-o imediatamente.
“Esquece isso, Juri.” murmurou.
“Sim, Juri. É melhor se esqueceres.” reforçou Koki, abanando a cabeça e dirigindo-se para seu quarto, antes de se virar para Junno. “E tu não te rias.” murmurou. “Amanhã vais acompanhar-me a comprar novo sofá.”
Taguchi nem sequer o ouvi. Continuava a olhar para os dois rapazes no meio do quarto, e parecia muito entretido pela situação.
Juri encolheu os ombros na direção de Taiga, que não pôde que suspirar.
“É melhor ir andando agora, antes de ele mudar de ideia e voltar para me matar.” disse, dramático, recuperando o DVD e saudando de modo desajeitado seu namorado com um beijo rápido. “Vou ligar ao chegar em casa.” prometeu.
“Está bem.” respondeu Juri, resignado, acompanhando-o à porta e logo voltando no salão, onde Junno se sentara no sofá, aparentemente esperando que Koki saísse do duche.
“Não fiques zangado!” disse-lhe com um sorriso. “Provavelmente só ficou irritado por ter encontrado o sofá já ocupado.” brincou.
Juri gemeu e deixou-se ir com ele no sofá, abanando a cabeça.
“Porém porque, porque tem sempre de...” começou, mas viu o mais velho erguer uma sobrancelha e resfolegou, cruzando os braços. “Eu sei, está bem. Esta vez tem razão.”
Voltou de pé, irrequieto.
“Sabes que têm a mesma expressão quando ficarem zangados?” disse-lhe Junno, que ainda não parou de sorrir, e Juri ignorou aquela observação, que o enojou muito.
“Boa noite.” disse somente, em tom neural, para depois se dirigir para seu quarto.
Não queria que seu irmão encontrasse até ele ao voltar. Não iria suportar as queixas dele nem as reclamações.
Aliás, se mesmo queria ter o sofá para ele, Junno e ele podiam ficar com isso.
Ele não precisava mais.